Instituto de Capacitação
O Instituto de capacitação
A construção de um mundo melhor requer um crescente número de pessoas capazes de contribuir para a realização das miríades de tarefas que se apresentam.
Em relação a isso, o conceito do “instituto de capacitação” foi introduzido pela Casa Universal de Justiça nos meados dos anos 1990. O seu objetivo é ajudar indivíduos a aprofundarem o seu entendimento dos ensinamentos bahá’ís e ganharem percepções espirituais e habilidades práticas necessárias para executar o trabalho da comunidade.
A natureza do instituto de capacitação pode ser entendida imaginando-se uma conversa contínua entre amigos, em milhares de espaços sociais – vizinhanças, vilas, escolas, universidades e locais de trabalho – sobre a contribuição para o avanço da civilização através da aplicação dos ensinamentos de Bahá’u’lláh. À medida que cresce o número de participantes na conversa, colocam-se em movimento processos para alcançar metas espirituais e materiais coletivas em cada espaço.
Portanto podemos pensar no trabalho do instituto de capacitação como a manutenção de um sistema de educação à distância que promove e facilita esta conversa em desenvolvimento. Os principais elementos do sistema incluem o “círculo de estudos”, o tutor e um conjunto de materiais baseados nos Escritos bahá’ís, que exprimem as percepções espirituais e o conhecimento adquirido no processo de traduzir os ensinamentos de Bahá’u’lláh para a realidade. Os materiais ajudam o indivíduo a entrar na discussão sobre o que a comunidade bahá’í aprendeu com a experiência na sua tentativa de contribuir para o avanço da civilização. Mais crucialmente, procuram envolvê-lo no processo de aprendizagem e na difusão de conhecimentos pertinentes.
Um círculo de estudo é um pequeno grupo que se reúne pelo menos uma ou duas vezes por semana durante algumas horas, geralmente na residência de um dos membros, para estudar materiais do curso. Qualquer pessoa com quinze anos ou mais, seja bahá’í ou não, é bem-vindo a participar. O grupo é reunido por um tutor associado ao instituto de capacitação. Os tutores não possuem qualquer posição especial. São simplesmente aqueles que estão mais adiantados no estudo dos materiais. Todos podem potencialmente servir como tutores em algumas ocasiões, enquanto participam como membros de um círculo de estudo em outras. Todos os que participam são tidos como agentes activos da sua própria aprendizagem e os tutores esforçam-se para criar uma atmosfera que encoraje os indivíduos a assumirem o domínio do processo educacional no qual estão engajados. Um círculo de estudo deve ser um espaço que conduz ao empoderamento espiritual e moral dos indivíduos.
Os materiais incluem passagens dos escritos bahá’ís relacionados a temas específicos e actos de serviço. Juntos, os participantes pensam sobre a aplicação dessas passagens às suas vidas individuais e colectivas. Entre as questões que exploram, estão: como criar ambientes que colocam as pessoas em contato com as forças espirituais libertadas através da oração e adoração; como fortalecer laços de amizade e estabelecer padrões significativos de comunicação entre pessoas de diversas origens; como fazer com que a educação das crianças seja parte integrante de sua vida comunitária; como manter um ambiente que ajude a juventude a desenvolver suas capacidades intelectuais e espirituais; como gerar dentro da unidade familiar uma dinâmica que produza prosperidade material e espiritual.
Em resposta aos materiais que estudam e com o apoio de suas instituições, os participantes levantam-se para realizar actos específicos de serviço. Homens e mulheres, jovens e idosos, igualmente, passam a reconhecer que têm em suas mãos o poder de recriar o mundo ao seu redor. À medida que mais e mais pessoas se comprometem com a visão de transformação individual e colectiva promovida pelos cursos do instituto, gradualmente se constrói na comunidade a capacidade para reflectir um padrão de vida em no centro são colocados o serviço e a adoração.
Vida Devocional
“Louvores a Deus por estar teu coração dedicado a Sua comemoração, tua alma iluminada por Suas boas-novas, e por estares absorto em oração. O estado de oração é a melhor das condições...” — ‘Abdu’l-Bahá
Serviço e adoração, são dois elementos distintos, porém inseparáveis, que impulsionam a vida da comunidade que os bahá’ís ao redor do mundo estão tentando trazer à existência. Eles. ‘Abdu’l-Bahá escreve que “Sucesso e prosperidade dependem do serviço e adoração a Deus”.
A oração é parte integrante da vida bahá’í, seja no nível do indivíduo, da comunidade, ou das instituições. Os bahá’ís repetidamente dirigem o seu coração a Deus em oração ao longo do dia — a implorar a Sua assistência, a suplicando-Lhe em prol dos entes queridos, oferecendo louvor e gratidão, e busca confirmação e orientação divinas. Além disso, reuniões de consulta e outras em que os amigos se reúnem para iniciar algum projeto geralmente começam e terminam com orações.
Os bahá’ís realizam também reuniões em que eles e outros amigos se reúnem em oração, frequentemente nos lares uns dos outros. Reuniões devocionais como essas servem para despertar suscetibilidades espirituais nos participantes e, juntamente com actos de serviço que eles praticam, conduzem a um padrão de vida comunitária infundida com o espírito de devoção e focada na concretização de prosperidade espiritual e material.
Reuniões devocionais surgem naturalmente numa comunidade em que a conversa sobre a dimensão espiritual da existência humana está a crescer. Em diversos ambientes, os bahá’ís, seus amigos e famílias unem-se uns com os outros em oração. Não há rituais; nenhum indivíduo tem qualquer papel especial. As reuniões consistem basicamente em leituras de orações e passagens dos textos sagrados bahá’ís numa atmosfera informal, porém respeitosa. Um espírito de adoração comunal é gerado por essas reuniões simples, e esse espírito começa a permear as iniciativas coletivas da comunidade. Hoje, milhares e milhares dessas reuniões devocionais regulares são realizadas em localidades em todo o mundo – centenas em Angola - em vizinhanças urbanas e suburbanas, em aldeias e em vilas.
Crianças e jovens
Os bahá’ís consideram as crianças e os jovens como o mais precioso tesouro que uma comunidade pode possuir. Neles está a promessa e a garantia do futuro. No entanto, para esta promessa ser realizada, as crianças precisam receber nutrição espiritual. Num mundo em que a alegria e a inocência da infância pode ser facilmente sobreposta pela busca agressiva de objetivos materialistas, a educação moral e espiritual das crianças adquire importância vital.
A comunidade bahá’í é altamente sensível à necessidade de responder às aspirações espirituais dos mais novos. Jovens mais velhos costumam estar ávidos por zelar pelo desenvolvimento dos jovens mais novos que os rodeiam. Assim, atividades educacionais para crianças são frequentemente as que primeiramente se multiplicam numa comunidade.
“Considerai o homem, como uma mina rica em joias de inestimável valor. A educação, tão somente, pode fazê-la revelar seus tesouros e habilitar a humanidade a tirar dela algum benefício.” — Bahá’u’lláh
Nos anos recentes, os institutos de capacitação ao redor do mundo têm vindo a desempenhar um papel cada vez mais importante na capacitação de professores para conduzirem aulas de educação espiritual para crianças. Os materiais, desenvolvidos para uso pelos institutos, enfatizam a aquisição de qualidades espirituais – por exemplo, veracidade, generosidade, pureza de coração e amabilidade, para citar algumas – consideradas atributos de Deus reflectidas no espelho do coração humano. Ano após ano, os materiais desenvolvem o entendimento dessas qualidades e adicionam lições relacionadas à história. O objectivo é que as crianças alcancem um estágio no qual possam entender o e agir no imperativo de cuidarem do seu próprio desenvolvimento espiritual e contribuírem para o bem-estar da sociedade.
As instituições da Fé também prestam grande atenção à questão de levantar recursos humanos para dirigir as aulas para crianças. Em relação a isso, eles dedicam recursos significativos para criar e manter um sistema eficiente de coordenação para capacitação de professores, abrindo canais para o fluxo de orientações, materiais educacionais e aprendizagem para as bases da comunidade e provenientes da mesma.
A juventude desempenhou um papel vital na história bahá’í. O próprio Báb declarou Sua missão quando tinha apenas vinte e cinco anos, e muitos entre o grupo de Seus seguidores estavam no início de sua juventude quando abraçaram Sua Revelação. Durante os ministérios de Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá, jovens estavam na vanguarda dos esforços para proclamar a mensagem da nova Fé e para compartilhar seus ensinamentos com outros.
O escopo da orientação e do encorajamento promovidos pela Casa Universal de Justiça e da resposta dos jovens bahá’ís hoje é demasiado vasto, assim como são demasiado diversificadas as actividades que os inspira, para serem aqui descritos na sua totalidade, fica só um excerpto:
“Embora suas realidades sejam moldadas por uma ampla diversidade de circunstâncias, o desejo de criar uma mudança construtiva e uma capacidade de serviço significativo – ambas características do seu período de vida – não se limita a qualquer raça ou nacionalidade, nem depende de meios materiais. Esse brilhante período da juventude do qual vocês participam é vivenciado por todos – mas ele é curto e é afligido por numerosas forças sociais. Quão importante é, então, esforçar-se por estar entre aqueles que, nas palavras de ‘Abdu’l-Bahá, ‘colheram o fruto da vida’.” — A Casa Universal de Justiça